quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Revirando o baú das lembranças...

Encontrei mais um texto também da época em que tinha uns 15 anos, esse não está terminado mas tem potencial... Rs.


Segurou em suas mãos, mãos que não voltaria a ver. Olhou em seus olhos com tanto amor que parecia não caber em si. Os lábios se encontraram e toda a eternidade coube num instante.
Marco vai embora, vai lutar na guerra, já à porta se despede de sua esposa que se recusa a acreditar nessa despedida tão cruel. Já com sua farda, nova ainda, vai ao encontro de outros soldados que como Marcos deixaram família, amores e lembranças para trás sem saber se terão tudo isso novamente.
Dentro do caminhão do exército indo em direção ao quartel, Marco começa a se lembrar de tudo o que viveu, todos os sonhos que não havia realizado e sentiu um medo descontrolado, uma angústia horrível e dolorosa que quase o fez chorar.
_ Não! Homem não chora!
Depois de passadas as últimas instruções, alguns entraram novamente no caminhão, outros nos aviões e helicópteros  que os levaram em direção aquele indescritível ambiente que só conheciam  de ouvir falar.
No caminhão escuro um silêncio mortal. Não havia um som sequer, apenas o som das rodas nas pedras. O que se passava na mente de cada um ali? Tristezas e incertezas sobre o que os esperava. Não estavam ali por vontade própria, foram obrigados a se apresentar e lutar pela pátria e morrer pela pátria se fosse preciso. Preciso?

Um comentário:

  1. Um fragmento... A triste lembrança de um momento da vida de um homem que segue em direção ao caos. Aquele terror que ele conhece apenas através do que ouviu falar ou que acompanhou na mídia. Vida interrompida, sem esperanças de retornar seu caminho.
    Na confusão e na loucura que o espera, as memórias de um lar, amores e paixões que ficaram para trás. Recordações que concederão forças e algum sentido à própria vida que a crueldade da guerra teima em ceifar impiedosamente.

    Muito bom, Katylene!

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