quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Revirando o baú das lembranças...

Encontrei mais um texto também da época em que tinha uns 15 anos, esse não está terminado mas tem potencial... Rs.


Segurou em suas mãos, mãos que não voltaria a ver. Olhou em seus olhos com tanto amor que parecia não caber em si. Os lábios se encontraram e toda a eternidade coube num instante.
Marco vai embora, vai lutar na guerra, já à porta se despede de sua esposa que se recusa a acreditar nessa despedida tão cruel. Já com sua farda, nova ainda, vai ao encontro de outros soldados que como Marcos deixaram família, amores e lembranças para trás sem saber se terão tudo isso novamente.
Dentro do caminhão do exército indo em direção ao quartel, Marco começa a se lembrar de tudo o que viveu, todos os sonhos que não havia realizado e sentiu um medo descontrolado, uma angústia horrível e dolorosa que quase o fez chorar.
_ Não! Homem não chora!
Depois de passadas as últimas instruções, alguns entraram novamente no caminhão, outros nos aviões e helicópteros  que os levaram em direção aquele indescritível ambiente que só conheciam  de ouvir falar.
No caminhão escuro um silêncio mortal. Não havia um som sequer, apenas o som das rodas nas pedras. O que se passava na mente de cada um ali? Tristezas e incertezas sobre o que os esperava. Não estavam ali por vontade própria, foram obrigados a se apresentar e lutar pela pátria e morrer pela pátria se fosse preciso. Preciso?

A história de Ricardo

Organizando uns documentos encontrei um texto que escrevi quando tinha uns 15 anos, é engraçado ler o que escrevemos depois de alguns anos...

Nasce Ricardo, uma criança linda, saudável, que teria toda vida pela frente não fosse o desejo do destino. Nasceu em um lar desfeito, um lar de dor, dor essa que sua mãe sentia na pele todos os dias sempre que seu pai chegava em casa.
 Ricardo também sentiu dor ainda no ventre de sua mãe, isso eu sei porque junto a Ricardo na caixa de papelão que foi deixada no hospital onde trabalho, estava um bilhete, triste bilhete, que contava toda a história. A dona daquele ventre saudável mas com uma vida sofrida e com a alma angustiada tentou matar o feto ainda informe por três vezes e por um milagre não conseguiu. Cuidamos dele por meses, até que conversando com um amigo, o Marco Antônio meu vizinho, descobri que havia encontrado o pai perfeito para Ricardo. Antônio,   um homem de posses, estudado, viúvo e sem filhos, achou a ideia ótima e após algum tempo, o tempo que leva para acertar a papelada para a adoção, Ricardo agora tem pai.
A infância de Ricardo foi linda e na adolescência desfrutou com todo o direito a liberdade da fase mais linda da vida. Lembro-me do dia que Antônio levou Ricardo para conhecer o mar, ele ficou enfeitiçado pela primeira visão do oceano. Essa viagem fizeram por muitas vezes, eles adoravam ver o mar à noite com seus barcos e suas luzes tênues como uma pequena luz vermelha no céu negro. Mas nada na vida é sempre feliz e foi exatamente assim com esses dois, como se a felicidade tivesse um prazo de validade e que mais dia ou menos dia a data final chegasse e não pudéssemos desviar de um destino insuportável.
Ricardo adoecera, uma doença degenerativa, incurável que fez aquele corpo forte, jovem com seus 23 anos fosse aos poucos envelhecendo, fazendo com que os 23 anos se transformassem em 46 em apenas dois meses.
Antônio gastou o que tinha e o que não tinha na luta pela vida de seu filho tão querido mas de nada adiantou, a morte era certa e dentro de alguns meses Ricardo não estaria mais conosco.
_Então se a vida é curta, que vivamos com intensidade! Era assim que Antônio pensava e foi assim que ele fez na vida de Ricardo, com o pouco que lhe restava, fez com que Ricardo vivesse de forma intensa e aprazível, pelo menos no que era possível.
Passeavam juntos, era primavera, de vez em quando uma chuva leve vinha regar as flores e a mente. Um desses passeios seria o último? Como saber?
Almoçavam, juntos,  conversavam, estavam todo o tempo juntos como uma despedida, o que era realmente, precipitada pelos infortúnios que a vida traz. Antônio tentava fazer desses momentos, momentos felizes mas Ricardo sempre percebia quando o pai olhava triste de forma fixa para a toalha da mesa.
_ Pai, quero me despedir do mar. Esse foi o último pedido de Ricardo, ver o mar e os barcos fixos no Pier à noite com suas luzes vermelhas no céu negro de uma escuridão tão grande como a visão de Ricardo e seu Adeus.
Antônio volta para casa, infeliz, incompleto em um trem de vagões vermelhos sobre uma grande ponte de pedras, vendo passar minúsculos pontos que eram as casas da cidade que Ricardo tanto amava. Já em casa Antônio decidiu despedir-se também dos pertences de seu filho e entrou no quarto em que raramente entrava (são assim os quartos dos filhos, áreas perigosas e proibidas aos pais) e encontrou um livro surrado sobre uma mesa ao lado de um abajur de luz branca, onde leu:
_ Despeço assim de meu pai, o homem que me salvou, que me colheu pra si e me deu uma vida que nunca teria, me ensinou coisas que guardo comigo e me fez sentir algo tão grande e tão lindo que nada supera ou compara, o amor e gratidão de um filho por seu pai. Te amo pai!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Meu testemunho

altera
O que Deus fez por mim.
Quando quebrei o tornozelo e soube que teria que operar fiquei muito triste e desapontada. Na época eu tinha um salão de cabeleireiro, por que Deus permitiu isso justo em Dezembro o mês em que o movimento no salão aumenta? Procurei motivos e não encontrei, mas mesmo assim confiei em Deus e esperei pelas respostas.
Quando a enfermeira do Pronto Socorro me disse que eu teria que esperar de 2 a 30 dias em casa com o tornozelo quebrado (e doendo muito!!!) por uma vaga no hospital para poder operar, novamente me senti sozinha e não entendi porque tudo tinha que ser tão difícil, mas com a ajuda das orações de meus amigos, familiares (obrigada Vanessa), e meus irmãos em Cristo tive força pra esperar o agir de Deus.
Não vou dizer que foi fácil nem vou negar que em alguns momentos perguntei pra Deus por que Ele estava fazendo aquilo comigo, mas meu Deus é um Deus tão misericordioso que não me deu ouvidos e agiu em minha vida como era de sua vontade.
Quebrei o tornozelo no dia 11/12/09 em uma sexta quando voltava pra casa depois do trabalho. Fui levada ao pronto socorro a noite, fiquei internada e no dia seguinte fiz alguns exames para a cirurgia. No Domingo recebi alta (não havia sido operada!). Esperei pela ligação do hospital informando pela vaga para cirurgia mas ninguém ligou. Na terça a noite notei que minha perna estava roxa e gelada até a altura do joelho e percebi que não poderia esperar 30 dias ou alguma coisa pior podeira acontecer, liguei para os meus pais e entramos em contato com uma tia minha que mora em Volta Redonda. Graças a Deus ela consegui uma vaga no pronto socorro da cidade e na quarta a noite já estava internada para operar na quinta de manhã. Valeu tia Vanusa e vó Romilda!!!
Correu tudo perfeitamente bem antes, durante e depois da cirurgia, recebi alta no dia seguinte. Depois de tudo resolvido minha tia me contou que o médico disse que se eu esperasse mais uns 2 dia para operar minha perna seria AMPUTADA até a altura do joelho pois já estava afetando a circulação, mas graças à Deus isso não aconteceu.
Fiquei sem poder andar por quase 2 meses, dependendo da ajuda da minha sogra pra cuidar da minha casa e de minha filha (obrigada dona Nilda!). Fechei o salão e tive que parar de fazer estágio (do curso de enfermagem). Minha recuperação foi muito rápida.
Agora eu entendo o que Deus fez!
Eu naum tinha mais tempo pra Ele e Deus me fez parar um pouco. Se você quer receber bençaos de Deus tem que ter tempo para adorá-lo. Eu sei que Deus sempre me abençoou mas o que eu estava dando em troca? Como eu podia pedir algo a Deus se não fazia nada por Ele?
A cirurgia foi feita no tempo de Deus.  Por mim a cirurgia teria sido feita no mesmo dia mas não era esse o plano de Deus. Tudo já estava sendo preparado pra mim em Volta Redonda. O médico que me operou (graças a Deus por você!!!) foi uma bençao, muito cuidadoso e fez uma ótima cirurgia. Esse médico só trabalha nesse hospital às quintas e só opera pacientes que chegam acidentados e em casos graves, ele só me operou porque leu meu prontuário e viu que eu já havia feito os exames para a cirurgia. Fui operada faltando 1 dia pra completar uma semana que havia quebrado o tornozelo. Parece muito tempo mas foi no tempo de Deus. ALELUIA!!!